Montenegro acusa deputados do Chega de espalharem desinformação
- 09/05/2025
Luís Montenegro falava num encontro com jovens no Porto, uma iniciativa da campanha da AD (coligação PSD/CDS-PP) para assinalar o Dia da Europa.
Questionado pelo líder da JSD, João Pedro Louro, sobre os perigos da desinformação, o também primeiro-ministro contou o que se passou no domingo, no debate com todos os líderes partidários, em que percebeu, depois, pelos comentários nas redes sociais que tinha dado "um grande alarido" a circunstância de não ter cumprimentado o líder do Chega, André Ventura, dentro do estúdio televisivo.
"Vai daí, nesse dia e seguintes, os dirigentes do Chega fizeram um aproveitamento: 'Que diabo, o homem é mal-educado, não tem respeito democrático'", citou, em tom bem-disposto.
Montenegro esclareceu, contudo, que tinha cumprimentado Ventura "vinte segundos antes" de entrar no estúdio, à saída da maquilhagem, e não achou necessário fazê-lo novamente, dizem não ter ideia -- e acreditar que Ventura também não -- do "sururu" que iria criar.
"Passados uns dias, é uma deputada do Chega, Rita... Como é que ela se chama? Rita Matias. E o 'não sei quantos' Frazão que andam para aí a incendiar as redes sociais. Não acredito que André Ventura não lhes tenha dito", afirmou.
E concluiu: "O grave disto é que estamos a falar de deputados da Assembleia da República, munidos da informação fidedigna, utilizam uma perceção e criam uma onda de reações propositadas na base de 'fake news'", criticou.
"Fizeram isto com este pequenino pormenor, imaginem o que não são capazes de fazer com questões de Estado, com questões da governação, com questões que impactam nas pessoas. Isso também está em causa na decisão do próximo dia 18", avisou.
O encontro com jovens, que lotou completamente o auditório da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) no Porto, decorreu em ambiente informal, com Montenegro de microfone na lapela e vários jovens no palco, incluindo os líderes da JSD e JP, a deputada Ana Gabriela Cabilhas e os eurodeputados Lídia Pereira e Sebastião Bugalho, que conduziu o evento.
O também primeiro-ministro elogiou, aliás, o desempenho do seu cabeça de lista nas últimas europeias, há cerca de um ano.
"Foi um bocadinho arriscado e ousado ter convidado um jovem de 28 anos. A tua performance no Parlamento Europeu é a expressão da confiança que temos nos jovens de Portugal", sublinhou.
Os elogios foram mútuos com Bugalho a considerar que, nas eleições de 18 de maio, Luís Montenegro será "um par seguro de mãos", em contraponto com outros que "mudam todos os dias de opinião".
"Se há coisa que ficou clara é que aqui está uma sala de esperança, lá fora pode estar uma rua de medos e fantasmas", criticou.
Neste encontro, o também primeiro-ministro reafirmou que é necessário ter "mão pesada" para penalizar os crimes digitais e enalteceu a medida do programa da AD de proibir o uso de telemóveis nas escolas para as crianças.
Sobre o percurso de Portugal na União Europeia, quando se aproximam os 40 anos da assinatura do tratado de adesão à então CEE, Montenegro defendeu que o país poderia ter aproveitado melhor os fundos comunitários e "estar mais desenvolvido do que está agora"
"A ideia não é estarmos de mão estendida para aproveitar os meios, é aproveitar os meios para desenvolver o país e poder ajudar outros. A minha ambição para Portugal é que nós sejamos contribuintes líquidos da União Europeia", reiterou.
Leia Também: Montenegro salienta continuidade com governo de Costa na política externa