Milhares manifestam-se pela UE e contra extrema-direita na Roménia
- 09/05/2025
"É impossível que, depois de todo este tempo, nós, a geração que construiu este país" após a queda do comunismo, em 1989, e "o levou para a Europa, recuemos em direção à Rússia", declarou Ioana Nicolaie, uma escritora de 50 anos, mulher do famoso escritor Mircea Cartarescu, citada pela agência de notícias francesa AFP.
O líder do partido nacionalista AUR, George Simion, favorito nas sondagens, criticou as "políticas absurdas" de Bruxelas e opôs-se à ajuda à Ucrânia, exigindo "uma compensação" financeira pelo apoio prestado até à data.
"Em caso algum podemos votar em Simion. A Europa é a nossa casa", afirmou Nicolaie, apelando para a "mobilização contra esta situação dramática".
"Não votas, não contas", lia-se nos cartazes, entre bandeiras romenas e europeias.
Entre os cerca de 50.000 manifestantes presentes, segundo os organizadores, George Matei, um estudante de 23 anos, confessou o seu medo.
"Quero ficar aqui, nunca me imaginei a viver noutro país, mas tenho refletido muito esta semana", comentou.
Também se realizaram manifestações noutras cidades da Roménia.
Simion, um deputado de 38 anos que sonha ser um Presidente semelhante a Trump, ganhou no passado domingo a primeira volta com mais de 40% dos votos, uma larga margem em relação ao adversário, o presidente da câmara centrista de Bucareste, Nicusor Dan, que obteve 20,9%.
No entanto, o candidato presidencial de 55 anos conta com os abstencionistas para recuperar o atraso e vencer um duelo para o futuro europeu deste Estado de 19 milhões de habitantes, que se tornou um pilar da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), e para "uma paz justa" na vizinha Ucrânia.
"Há cinco milhões de eleitores isolacionistas por quem tenho o maior respeito, mas que foram enganados. E temos de ser mais do que eles", sustentou hoje.
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