Costa leste dos EUA atingida por vaga de calor "extremamente perigosa"
- 24/06/2025
"Este calor extremo não será apenas desconfortável e opressivo para os nova-iorquinos. Será brutal e perigoso se não forem tomadas as medidas necessárias", advertiu o presidente da Câmara de Nova Iorque, Eric Adams, recordando que "todos os anos morrem mais de 500 pessoas devido ao calor" na metrópole de mais de 8 milhões de habitantes.
A primeira grande vaga de calor deste ano nos Estados Unidos começou no fim de semana e atingiu o seu pico na segunda-feira nas principais áreas metropolitanas de Washington, Baltimore, Filadélfia e Nova Iorque.
As autoridades locais instaram os idosos e as pessoas em risco, devido a problemas respiratórios ou à falta de acesso a ar condicionado, a manterem-se hidratados ou a dirigirem-se a "centros de arrefecimento", como as bibliotecas.
A intensidade e a duração desta vaga de calor tornam-na "extremamente perigosa para qualquer pessoa sem refrigeração ou hidratação", insistiu o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos (NWS, na sigla inglesa), sublinhando que o calor extremo é a principal causa de mortes relacionadas com o clima.
"Uma crista barométrica intensa, estacionada sobre a metade oriental do país, continuará a gerar uma onda de calor extremamente perigosa esta semana. Os efeitos do risco de calor extremo estender-se-ão hoje do Centro-Oeste ao Atlântico médio. Este nível de risco de calor é conhecido por ser raro (...) com pouca ou nenhuma trégua durante a noite", adverte o NWS.
Em Nova Iorque, esta vaga de calor surge no momento em que os eleitores do Partido Democrata são chamados, na terça-feira, a escolher o seu candidato para as eleições municipais, numa primária que, segundo as sondagens, deverá ser disputada entre o centrista Andrew Cuomo e a estrela em ascensão da esquerda Zohran Mamdani.
"Votem no dia das eleições, mesmo que estejam 100 graus (Fahrenheit, a unidade de medida utilizada nos Estados Unidos)", ou mais de 37 graus Celsius, disse Cuomo, antigo governador do Estado de Nova Iorque, aos jornalistas durante o fim de semana.
Na capital, Washington, a Câmara Municipal lembrou aos residentes que muitos locais com ar condicionado estavam abertos para se refrescarem.
De acordo com os cientistas, as ondas de calor recorrentes são um sinal claro do aquecimento global e deverão aumentar em número, duração e intensidade.
O ano de 2024 foi o mais quente de que há registo nos Estados Unidos (excluindo o Alasca e o Havai) e em todo o mundo. 2024 foi também o primeiro ano a exceder o limite de aquecimento de 1,5°C estabelecido pelo acordo climático de Paris, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial, uma agência da ONU.
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