BE/Loures exige "suspensão de demolições" e acusa: "Falta de humanismo"
- 14/07/2025
"Exigimos [...] a suspensão imediata de todas as demolições que não tenham previstas soluções de realojamento adequado...", lê-se num comunicado dos bloquistas de Loures.
A Câmara de Loures procedeu hoje à demolição de cerca de 30 das 64 casas autoconstruídas previstas demolir no Bairro do Talude Militar, prosseguindo os trabalhos na terça-feira, disse à agência Lusa fonte da autarquia.
Para o BE, as demolições levadas a cabo "representam um ataque violento aos direitos das populações mais vulneráveis do concelho e uma clara violação da dignidade humana".
"Estas ação, executada sem diálogo com os cidadãos, sem a presença obrigatória de assistente social e sem soluções reais de realojamento, mostram a crueldade de um poder autárquico que prefere exibir força em vez de resolver problemas sociais", acusam os bloquistas.
A secção do BE de Loures afirma que tudo não passa de um "lamentável episódio de campanha eleitoral autárquica promovido pelo PS, mimetizando na forma e no conteúdo a política agressiva da extrema-direita".
"A desresponsabilização sistemática da autarquia, passando sempre a competência de resolução da situação para o Governo, demonstra a insensibilidade e a falta de humanismo que cada vez mais caracteriza a governação do PS em Loures", lê-se na nota.
O Bloco de Esquerda afirma, ainda, que "condena veementemente" esta operação, que afirma seguir "a lógica do despejo como política de habitação".
A execução dos trabalhos para a demolição das habitações precárias arrancou hoje às 12:00, num clima de tensão entre os moradores do Bairro do Talude Militar e a PSP, e terminou cerca das 16:00, como constatou a agência Lusa no local.
Em declarações à Lusa, fonte da Câmara Municipal de Loures, do distrito de Lisboa, adiantou que durante o dia de hoje foram destruídas cerca de 30 casas autoconstruídas, retomando o trabalho na terça-feira, "até estarem demolidas as 64 habitações previstas".
Segundo indicou a Câmara de Loures, nas 64 habitações viviam 161 pessoas, sendo que destas 62 são crianças, que têm agora de procurar alternativa habitacional.
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